Almiro Rodrigo Gehrat "Cebola"

Almiro Rodrigo Gehrat "Cebola"

terça-feira, 27 de julho de 2010

Juventude Debate tem informações e relatos sobre época de regime militar



Em 19 de Abril de 2010.




A 30ª edição do Juventude Debate, programa desenvolvido pela Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Canoas, discutiu, na noite desta segunda-feira, o tema “Ditadura nunca mais”, no salão azul do Unilasalle. Participaram como palestrantes a professora da instituição e doutora em História, Cleusa Gomes Graebin; o ex-deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil no governo Olívio Dutra, Flávio Koutzi, e o ex-vereador de Porto Alegre, Antônio Losada. O coordenador Almiro Gherat, o Cebola, conduziu os trabalhos. Após as palestras, houve debate com os convidados.


Movimento estudantil


Cleusa apresentou um histórico do movimento estudantil no país, que nasceu com a criação da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1937. Também colocou à disposição de estudantes e demais interessados o acervo sobre o tema reunido no Arquivo Histórico e Museu do Unilasalle. Cleusa explicou que a Coleção Movimento Estudantil é denominado Édson Luiz Lima Souto em homenagem à primeira pessoa morta pela repressão exercido no regime militar brasileiro. O estudante foi assassinado pela polícia em 68, durante protesto em frente ao restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro.


Último libertado no RS


Losada , ex-dirigente sindical e ex-militante do Partido Comunista, último preso político a ser libertado no Rio Grande do Sul, relatou sua experiência, afirmando que a juventude “tem que conhecer a experiência triste dos horrores da ditadura”. Contou que permaneceu como prisioneiro político de 73 a 79, beneficiado pela anistia, mas foi “acompanhado” pelos órgãos de segurança até 88. Todos os seus movimentos renderam um relatório de 800 páginas, hoje em seu poder. Losada também foi processado por ter denunciado seus torturadores à imprensa nacional. Além disso, teve todos os seus documentos destruídos, o que lhe impedia de receber auxílio-reclusão, e foi impedido de cursar Direito quando estava preso, mesmo tendo sido aprovado no vestibular.


Lição de humanidade


Koutzi – que foi sequestrado, preso e torturado na Argentina de 72 a 76 por sua luta contra a ditadura, morou na França e voltou ao Brasil em 84 e foi deputado estadual do PT por 16 anos – afirmou que a situação-limite imposta pela tortura é “uma dura, mas grande lição de humanidade”. “Ninguém sai inteiro”, declarou. Ele recordou que após a anistia, em 79, a democratização do país só se concretizou 19 anos depois, em 94. Koutzi classificou como “pedágio intolerável” o acordo possível fechado com o governo para viabilizar a anistia, impedindo que o povo tivesse a possibilidade de passar a limpo a história brasileira. Também manifestou preocupação com as coisas pós-ditadura que ficaram pendentes e por isso “podem ser manipuladas, especialmente em períodos eleitorais”.

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