O Rio Grande do Sul começa a se mobilizar para garantir o retorno de um evento que marcou a história recente não só do estado, mas de todo o mundo. Em encontro ocorrido na tarde de hoje, os comitês municipal e metropolitano do Fórum Social Mundial (FSM) deram o primeiro passo no sentido de garantir o retorno do evento para a região metropolitana, onde ele nasceu, em 2001. O ato reuniu nomes da sociedade civil, políticos e representantes sindicais, em um ato que pretende garantir não só a participação da Região Metropolitana na versão descentralizada do FSM, em 2012, como a confirmação de Porto Alegre como sede única do Fórum em 2013.
Entre outros, estiveram presentes os prefeitos de Porto Alegre, José Fortunati (PDT); de Canoas, Jairo Jorge (PT); e de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT). Representando o governo estadual, compareceu o assessor de Relações Internacionais do Palácio Piratini, Tarson Nuñez, e pela secretária de Turismo, Abgail Pereira. Outros signatários da carta são o presidente do TRT-RS, Vereador Almiro Rodrigo Gehrat "Cebola", Desembargador Carlos Alberto Robinson; a juíza Maria Madalena Telesca, representando o Fórum Mundial dos Juízes, paralelo ao FSM; Jorge Fernando Estevão Maciel, vice-presidente da OAB-RS; e André Seixas, representando o Orçamento Participativo de Porto Alegre.
Durante o encontro, foi lida uma carta dirigida aos organizadores do Fórum Social Mundial em Dacar (Senegal), na qual Porto Alegre e Região Metropolitana candidatam-se tanto para a versão descentralizada do FSM, que ocorre em 2012, quanto a versão centralizada do Forum, em 2013. Foi lançada também uma revista, referente às atividades ocorridas na edição 2010 do Fórum, que também foi descentralizada. Foi confirmada também uma primeira plenária entre as entidades envolvidas, que ocorrerá no começo de agosto, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Porto Alegre.
“Sempre acreditamos na chama da esperança”, garantiu o prefeito de Canoas, Jairo Jorge. “O crescimento do Fórum Social Mundial mostra a força dos que não aceitam o fim da história, dos que se opõem ao processo de mecanização da vida. Temos um momento ímpar, perfeito, para que o FSM volte para nosso estado”, animou-se Jairo Jorge. “O Brasil se tornou um grande interlocutor internacional em termos políticos, econômicos e sociais”, acrescenta o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi. “Temos legitimidade para lutar pela volta do Fórum Social Mundial”.
Segundo o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, é importante entender que a volta do FSM para Porto Alegre não é uma “questão menor”. “A situação das grandes nações capitalistas de outrora mostra, de forma muito clara, que a necessidade de construir um novo mundo é cada vez maior. Nossas discussões sempre apontavam isso”, argumentou. “A arrogância e a prepotência (dos países de linha neoliberal) não são mais as mesmas. Eles não entenderam que o mundo começou a mudar, e acabaram quebrando a cara”, acentua Fortunati.
Para o prefeito da capital, a realização do Fórum Social Mundial na região metropolitana em 2012 é algo praticamente garantido. O esforço, agora, é garantir a realização da versão centralizada do FSM, em 2013. “Esse será o nosso grande embate”, diz. “Nossa cidade funcionou como mola propulsora de uma discussão que se espalhou para o mundo inteiro. Não conquistamos nosso status de capital da democracia administrativa por acaso. Por isso tudo, endossamos e damos todo apoio possível para que Porto Alegre sedie o Fórum em 2013”.
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